Autores: Daniel Magalhães Goulart e Fernando Luis González Rey

 

Este livro é baseado em uma série de diálogos que Daniel Magalhães Goulart teve com Fernando González Rey ao longo de 2018 e nos meses de 2019 que antecederam ao seu falecimento, em 26 de março desse ano. Esses diálogos buscaram abranger, de forma fluida e dinâmica, aspectos centrais de sua biografia, historiografia e de suas reflexões sobre a psicologia, a sociedade, a cultura, as relações humanas e a vida, de modo geral. Embora seja mais conhecido por suas teorizações sobre a subjetividade, a psicologia e a ciência de forma geral, as elaborações de González Rey sobre a riqueza das experiências cotidianas, com suas nuances culturais, relacionais, afetivas foram relativamente pouco registradas por ele em suas inúmeras publicações.

O propósito central deste livro é lançar luzes a essas elaborações, compondo a compreensão e as reflexões sobre a relação inextrincável entre sua vida e sua obra, entre a pessoa, o cientista e o educador. A obra foi organizada em temas abrangentes, que, no próprio decorrer das sessões de diálogo, ofereceram uma referência para inspirar os rumos da conversa. Cada tema corresponde a um capítulo do livro. Períodos e acontecimentos marcantes de sua trajetória biográfica são abordados pelo olhar sensível e agudo de alguém que gozou de uma vida intensa e bem vivida, mas que tem plena consciência de que sua existência está prestes a terminar. Nesse diálogo, ciência, filosofia, política e cultura entrecruzam seus múltiplos braços e conduzem o leitor às tramas imprevisíveis de uma vida marcada pela autoria e pela ousadia.

O livro é inaugurado com o profundo e sensível prefácio da importante psicóloga porto-riquenha Wanda C. Rodríguez Arocho, contando ainda com um breve capítulo introdutório e uma homenagem de Goulart a González Rey, publicado, logo após o seu falecimento, na revista Mind, Culture and Activity. Algumas reflexões finais concluem o livro, enfatizando que o entrecruzar de vida e obra em Fernando González Rey reforça o convite permanente de sua obra à criação.

 

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